domingo, 25 de janeiro de 2009

PROJETOS DE RESTAURO


Projeto de Restauração e Adequação da Estação da Goiás Palácio dos Ferroviários – Centro Administrativo e Cultural de Araguari Araguari/MG Inaugurado em Agosto de 2005

Autor do Projeto e fiscalização

Projeto Premiado pelo Departamento de Minas Gerais, do Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB-MG - 1º Lugar na Categoria de Obra Construída – Conservação, reutilização, requalificação e valorização do Patrimônio construído

O Projeto


Sempre com o objetivo de assegurar a sobrevivência do monumento, vem-se considerando detidamente a possibilidade de novas utilizações para edifícios monumentais antigos, quando não resultarem incompatíveis com os interesses históricos –artísticos. As obras de adaptação deverão ser limitadas ao mínimo, conservando escrupulosamente as formas externas e evitando alterações sensíveis das características tipológicas, da organização estrutural e da seqüência dos espaços internos .(2)

A partir destes critérios foi desenvolvido o projeto de restauração da Estação da Goiás, denominado por decreto lei em 2005, de Palácio dos Ferroviários.O projeto teve como proposta a utilização do prédio com o uso misto – administração e cultura, iniciando a ocupação da área pela Estação com a criação na área do “Centro Administrativo e Cultural de Araguari”. O uso misto proporcionará maior dinamismo ao bem cultural e a área, tanto com relação as pessoas que buscarem os serviços públicos, quanto a cultura .

As intervenções no bem cultural foram limitadas e reversíveis, preservando os espaços pré-existentes e a configuração espacial do bem cultural.

(...) A intervenção deve exaltar os valores originais e emitir novos valores estético através de um ato criativo guiado criticamente e, portanto respeitando a integridade dos elementos remanescentes. Por isso a intervenção deve ir além da mutabilidade das interpretações históricas e ser reversível (2)

As intervenções no prédio limitaram a: abertura de vãos internos; instalação de caixa de elevador para acessibilidade ao bem cultural; adequação de sanitários nos pavimento térreo e superior as normas de prevenção e combate a incêndio, lógica, elétrica e alarme;instalações de divisória em vidro transparente e/ou vãos de vidro; retomada dos vãos de porta e confecção para instalação destas nas fachadas, retomando a modenatura que aí existia.

A ocupação do prédio e o programa de necessidades levaram em conta o “critério de museológia e museográfia” também aplicados as questões arquitetônicas com o “critério de hospitalidade” ou seja o museu é hospede do prédio , e este como hospede deve comportar-se não interferindo no ambiente pré-existente.

A partir destes critérios foram levantados o quantitativo e o layout de cada secretaria levando em conta o número de pessoas que aí trabalham, os mobiliários existentes e o mobiliário ideal para o desenvolvimento de cada atividade. Avaliaram-se dois itens que deveriam ser comuns para a ocupação da Estação: quais secretarias e ou assessores eram necessários estarem prioritariamente junto com o gabinete do prefeito e quais estariam de acordo com o “critério de hospitalidade”.

Com esta avaliação ficou definido que no prédio estaria o gabinete do prefeito com alguns assessores e espaços culturais tendo como premissa a ocupação racional e a preservação da ambiência existente e o potencial museológico do bem cultural.

Após esta analise e estudo o projeto contemplou a seguinte ocupação:
-Pavimento Térreo: Folher, Recepção; Departamento Jurídico, Secretaria de turismo e desenvolvimento, sala de reuniões, tesouraria, museu ferroviário, copa, agência bancária, sala da administração do prédio, sanitária.
-Pavimento Superior: Recepção, salão nobre e espaços museológico, gabinete do prefeito – sala de despacho, sala de reuniões, copa e banheiro privativo, gabinete do secretário de governo, gabinete do secretário de fazenda, gabinete do secretário de gabinete, apoio do secretário de governo, sanitários, DML e cerimonial do prédio e do prefeito.

Na elaboração do projeto foram feitos pesquisas e estudos históricos e arquitetônicos tendo sido analisados as ampliações e modificações ocorridas no prédio deste sua construção em 1928 até os dias atuais.

A ampliação, nas laterais do prédio, ocorrida na década de 30 e 40, apesar de modificar a configuração das fachadas, com o empobrecimento das vergas e dos ornamentos havia sido incorporada a leitura tipológica do prédio e resguardavam suas marcas do monumento pelo tempo preservando a sua história.

O mesmo foi detectado na cobertura da antiga plataforma de embarque e desembarque de passageiros que era em estrutura de madeira com telha de barro com a água inclinada para fora do prédio, substituída por cobertura com estrutura e telhas metálicas com a inclinação voltada para o prédio e com a presença de calha para captação d’águas pluviais.

Nas fachadas leste e oeste haviam sido modificados alguns vãos, com a retirada de porta e colocação de janelas em ferro e vidro tipo basculante, emparedamentos de vãos e /ou a retirada de portas em madeira e a colocação de porta de ferro e vidro. Estas intervenções não possibilitavam a leitura das fachadas e prejudicavam sua modenatura. Foram retomados os vãos existentes com a inserção de novas esquadrias em madeira seguindo a mesma padronização das esquadrias existentes, porém sem a riqueza de detalhes das originais.

No pavimento superior nas laterais onde o prédio foi ampliado, foram encontrados vestígios da antiga fachada norte e sul. Os ornamentos foram restaurados e o forro foi recolocado inclinado contando através da arquitetura a ampliação que o bem cultural teve com o passar dos anos.
“Uma exigência fundamental da restauração é respeitar e salvaguardar a autenticidade dos elementos construtivos” (2)

Na inserção de novos elementos construtivos, manteve-se o elemento original que aí existiam, refazimento total do forro e pisos com os mesmos materiais utilizados anteriormente – taco e forro em madeira. Os outros materiais inseridos que não existiam vestígios foram propostos materiais novos e nobres que permitindo uma leitura e diferenciação do que é histórico e do que foi inserido na proposta de restauro e adequação do prédio. Foi utilizado o granito polido e rústico, a pedra são Tomé, azulejos a meia-parede nos banheiros e copas, vidro temperado. Os vãos que foram abertos receberam portas com bandeira fixa e de abrir de duas folhas em madeira, vidro e ferro sendo estas uma releitura das portas originais com a total simplificação dos ornamentos existentes.

O Projeto de Restauração e Adequação da Estação da Goiás – Palácio dos Ferroviários foi desenvolvido com o objetivo da valorização e preservação do bem cultural levando em consideração a importância deste no imaginário da população mineira.













Inauguração do "Palácio dos Ferroviários"/2005

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